sexta-feira, 18 de junho de 2010

Breve reflexão a cerca da criminalidade infanto-juvenil

Esta semana tive a oportunidade de assistir o documentário “Falcão: Meninos do tráfico”, exibido pela rede globo no ano de 2006.

O documentário traz a tona a triste realidade das favelas e estimula a reflexão a cerca do tema.

A juventude sendo perdida da forma mais perversa possível.

Já fazem quatro anos desde a transmissão do documentário, e o que se percebe é a perpetuação da situação. Todos os dias nascem no Brasil crianças que futuramente estarão no lugar dos hoje chamados “delinquentes juvenis”, estes excluídos da sociedade, apresentados como inimigos do sistema, portanto, devendo ser punidos.

A intenção destes escritos não é fazer uma analise cientifica do tema, nem mesmo um aprofundamento da questão, e sim incentivar a reflexão deste que se apresenta em destaque entre tantos existentes no Brasil.

A juventude corrompida, pelo que se percebe é a característica mais visível de um efeito dominó que até então parece sem hora para acabar.

A estrutura familiar se apresenta como o inicio deste efeito. Pais sem condições de ter sequer um filho têm vários. A importância do dialogo com os filhos permanece como sempre o papel principal da educação, pois se os pais não orientam o tráfico vai orientar.

Em seguida apresenta-se a insuficiência do Estado em oferecer a mínima condição de desenvolvimento para a população necessitada. Corrupção por toda a parte. É dinheiro em cueca, meia, paletó e por ai vai. Como diz a canção de Gabriel O pensador... “os bandidos de verdade em Brasília tudo solto.

A desigualdade social por sua vez não fica de fora da lista. E neste ponto é importante uma observação. Um dos entrevistados do documentário responde a seguinte pergunta: “Por que você rouba”? resposta: “para dar um “rolé” de motinha com as “mina”.

Os anseios materiais de um jovem da favela assemelham-se cada dia mais com um jovem da classe média. O mesmo tênis que o “playboy” tem, ele vai querer. Esta busca incessante pelo melhor é incentivada pela mídia que a cada minuto nos intervalos de sua programação bombardeiam os telespectadores com ideais de beleza, de comportamento, de tendências ditadas pelo modelo norte americano e que a qualquer custo devem ser admitidas pela sociedade.

Também é possível perceber a diferença existente entre o padrão de “heróis” dos jovens de diferentes classes. Para o jovem da favela, o herói é o traficante, já para o da classe média, o herói é o policial que invade a favela com o lema “entrar pela favela e deixar corpo no chão”.

A problemática é complexa e se arrasta por décadas na sociedade brasileira.

Há realmente a necessidade da redução da maioridade penal? Ou a melhora de politicas publicas que viabilizem o acolhimento da juventude menos favorecida? Penas mais severas? Ou penas melhor aplicadas? Como ressocializar um individuo que sequer foi socializado?

Questões como essas devem ser incansavelmente discutidas e analisadas para a partir de então se buscar uma mudança eficaz no cenário de desigualdade e crueldade que se apresenta diante a sociedade e o poder publico.

Autor: Carlos Bermudes

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